Já lá vão mais de 15 anos desde que tive a sorte de ler uma pequena Fábula intitulada o "Triunfo dos Porcos". Como jovem adolescente alheado das realidades mundanas,e dos percalços da vida Política, sendo ainda para mais, e atrevo-me a dizê-lo literáriamente virgem, fiquei bastante impressionado com esta obra. Daí, tão cedo ter desenvolvido um certo medo e quiçá preconceito dos movimentos políticos de esquerda, pois tudo o que me pudesse sugerir o mais pequeno travo a colectivismo me revoltava, qual trauma de infância!
Só anos mais tarde, já enquanto adulto é que reli o livro, e à data já sabia que o autor era não só militante de esquerda convicto, assim como tinha sido combatente na Guerra Civil Espanhola, num movimento Marxista. Com isto já em mente procedi a nova leitura atenta e cuidada e para meu espanto consegui achar que esta era uma obra contra os tentáculos maquiavélicos de tudo o que nos possa castrar da nossa liberdade, das nossas crenças e das nossas lutas. Não considerando que se pretenda criticar apenas as ditaduras de Esquerda ou de Direita, mas também esta nossa Democracia que tanto orgulho nos faz sentir, e que no entanto oprime a nossa liberdade de pensamento com tal eficácia, que faria corar de vergonha qualquer Ditador por esse mundo e História fora.
É um facto caros leitores D'A Minha Mente Bronca, vivemos numa Ditadura, uma Ditadura de Partidos, não votamos em pessoas nem em ideias, votamos em corporativas de votos, as quais têm como único objectivo chegar ao poder, para fazerem o que? Resposta estupidamente simples de responder, para poderem ficar no poder! Corporativas que devoram tudo à sua volta e também se devoram a elas mesmas.
Eu tenho um sonho, que um dia as minhas pequenas crianças possam viver numa nação onde não sejam forçadas a votar em CDS's, em PSD's, em PS's, em CDU's e em BE's, mas que possam votar em pessoas, pessoas com ideias e ideais, pessoas com nome e rosto, pessoas com defeitos e virtudes e em que o debate politico se faça em favor das pessoas e não de uma sigla corporativista desprovida de essência!
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