Esta semana fomos confrontados com a adopção por parte do Dr. Carlos César de uma máxima do Socialismo, a qual foi pensada no século passado, mais concretamente em 1984 e colocada em prática após 1997. Ou seja 1 (um) País 2 (dois) sistemas.
Numa época de profunda crise em Portugal, devido aos desequilíbrios orçamentais do sector do Estado, e do alastramento dos seus efeitos à Economia Portuguesa, foi tomada a difícil decisão de cortar os salários dos funcionários públicos. Não sei se esta solução será efectivamente a mais correcta ou não, pois tecnicamente não possuo as ferramentas que me permitam efectuar essa análise. De qualquer modo todos nós (Portugueses) sabemos que algo teria que ser feito, pois o custo de nada fazer terá custos muito mais elevados.
Como tal o governo de uma forma graduada estabeleceu uma tabela com os referidos cortes salariais, em que as pessoas com rendimentos mais elevados vão ter cortes salariais mais acentuados e os funcionários públicos de menores rendimentos terão cortes mais reduzidos. (Quero realçar que a referida tabela encera em si profundas injustiças). Não obstante dessa tabela pretender apresentar um certo grau de justiça, cortes serão sempre cortes, independentemente da sua natureza justa ou injusta. Como tal os afectados sentem-se profundamente injustiçados. Todavia, no meio da injustiça existe equidade, pois os cortes obedecem a um critério e a uma lógica.
E eis que chega o Exmo. Sr. Presidente do Governo Autónomo dos Açores, Dr. Carlos César, e decide acrescentar um novo factor de injustiça, isto é os funcionários públicos vão ter todos cortes, excepto aqueles a quem O Governo Regional dos Açores vai atribuir um subsídio para não existir uma redução salarial efectiva. Ora, como eu acredito que por trabalho igual, remuneração igual, não consigo entender como é possível alguém discriminar de tal forma milhares de trabalhadores públicos Portugueses, em detrimento de alguns. Este género de atitude reflecte bem o carácter populista de alguns dos nossos governantes. Claro que certamente o governante se vai socorrer de algum argumento relacionado com motivos sociais, mas com tanto Português a viver abaixo do limiar da Pobreza, não se deveria apoiar em primeiro plano os mais fracos e os mais desamparados?
E é discriminação porquê? Quem deu o poder ao governante para decidir quem é afectado e não é afectado? Porque é que um funcionário que aufira pelo seu trabalho 2005 € mensais e vai sofrer corte e o colega que aufere 1995 € mensais não sofra qualquer corte? Porque é que um funcionário na repartição de finanças de Leiria vai sofrer um corte salarial e o colega de Ponta Delgada que faz o mesmo trabalho não sofra o referido corte?
As discriminações são muito perigosas e devem ser combatidas, assim como as demagogias contidas dentro delas!
Felizmente que as eleições na Região autónoma dos Açores apenas ocorrerão em 2012, caso contrário seria realmente insustentável qualquer tentativa de justificação desta discriminação.
Considero grave este género de comportamento Político, pois num dia deixamos fugir milhões de euros em impostos de mais valias bolsistas no dia seguinte sabe-se que 3700 funcionários públicos são Portugueses de primeira pois não vão ser afectados pelas mesmas medidas de austeridade dos seus colegas. Isto é de facto a máxima de Um País Dois Sistemas, pois para uns é permitido passar ao lado da crise e aos restantes é imposto que paguem a mesma.
A propaganda Socialista sempre apregoou o fim das desigualdades e a equidade entre todas as mulheres e homens, todavia fora dessa propaganda o que é que acontece realmente?